A tipoia é um tipo de imobilizador que dá suporte às estruturas dos braços. De uma forma simples, é uma faixa que passa ao redor do pescoço e que envolve todo o braço para que ele não fique pendente e solto, estando assim imobilizado e o paciente não tenha que fazer força para sustentar o membro. Alguns modelos apresentam também uma segunda faixa que passa ao redor das costas e que é responsável por evitar que o braço se afaste do tronco, promovendo assim maior estabilidade.
O uso da tipoia está indicado em diversas patologias do membro superior, entre elas:
Além das fraturas, muitas cirurgias dos membros superiores acabam demandando o uso da tipóia após o procedimento, devendo o paciente permanecer com ela alguns dias até mesmo semanas após a operação.
Basicamente existem dois tipos de tipóia:
Figura 1: tipóia velpeau simples
Figura 2: tipoia funcional (com coxim de abdução)
Para saber o tamanho correto da tipoia, basta medir a distância entre a ponta do quinto dedo até a ponta do cotovelo e assim, cada marca possui uma tabela com o respectivo tamanho. No entanto, como a maioria das tipoias apresenta a faixa que passa por trás das costas, dependendo do tamanho da circunferência abdominal do paciente, pode ser que mesmo com a medição correta essa segunda faixa fique curta. O ideal, portanto, é provar a tipoia antes de compra-la.
Figuras 3 e 4: Medição da ponta do quinto dedo até a ponta do cotovelo
Após a compra da tipoia correta (modelo e tamanho), ela deve ser bem posicionada e as duas faixas bem ajustadas. O ideal é que o paciente utilize a tipoia por cima das suas roupas e evitar assim o contato direto da pele do braço com a do tronco para que não ocorram alterações de pele local conhecidas popularmente como “assaduras”.
Primeiramente, deve-se dobrar o cotovelo e coloca-lo dentro do compartimento de pano da tipoia prestando atenção para que ele esteja bem encostado na parte de trás da tipoia (no “L” ou na “dobra”) e que o punho não fique para fora/pendente. Após esse posicionamento, deve-se ajustar a faixa que passa por cima do pescoço, de tal forma que o cotovelo fique dobrado cerca de 90 graus (não mais do que 90 graus). Por fim, deve -se ajustar a faixa que passa por trás do tronco de tal maneira que ela não fique muito solta e corra o risco de se enganchar nos objetos, mas também sem a necessidade de ficar muito justa ao corpo.
Após a regulagem, o paciente deve soltar o peso do braço na tipóia. Caso ainda seja feita uma força com o ombro para sustentar o braço, a faixa ao redor do pescoço deve ser encurtada, tomando apenas o cuidado de não deixar o cotovelo dobrado mais de 90 graus.
De uma forma resumida:
O tempo de uso da tipoia varia muito de acordo com a sua indicação. Nos casos de cirurgias de manguito rotador e luxações do cotovelo, o tempo médio de uso são de 4 semanas. Nas fraturas, o tempo de uso pode chegar a 6 semanas, exceto nas fraturas do cotovelo em que o tempo de uso da tipoia, na maioria dos casos, deve ser o mínimo possível para evitar que ele fique duro (rigidez do cotovelo).
Para tomar banho e se vestir enquanto estiver usando a tipoia, sugiro que siga as seguintes etapas:
Uma das maiores dificuldades dos pacientes quando precisam usar a tipoia é dormir com ela – e por conta disso muitos acabam dormindo sentados. Essa dificuldade acontece, pois quando deitamos, o braço tende a cair para trás e freuentemente isso faz com que a dor no braço do paciente aumente. Se esse for o caso, sugiro colocar um travesseiro ou uma toalha enrolada atrás no braço para evitar justamente que ele “caia para trás”.
Não, você não pode dirigir com a tipoia, mesmo carros automáticos. Veja no código de trânsito brasileiro, art. 252: https://www.ctbdigital.com.br/artigo/art252
Se o uso da tipoia está indicado, na maioria das vezes você deve fazer o seu uso inclusive para dormir. Em caso de dúvida fale com o seu médico.
Cada caso deve ser avaliado de forma individual, porém, para evitar que o cotovelo fique endurecido (rígido) e caso não haja nenhuma contra-indicação, sugiro que três vezes ao dia, deite na cama, solte o cotovelo mantendo o braço rente ao tronco e realize movimentos de flexão e extensão do cotovelo (dobrar e esticar) com a ajuda da outra mão, três vezes ao dia, 15 repetições.