Paroníquia Crônica Dedo da Mão: o que é e como tratá-la?

Introdução
A paroníquia crônica é caracterizada por uma inflamação persistente da pele que contorna a unha, com exacerbações recorrentes. É um problema diferente da paroníquIa aguda, que costuma ter a presença de pus e curta duração.
Para iniciarmos, é importante conhecer um pouco da nomenclatura da área da ponta do dedo, na topografia da unha e ao redor da dela, chamada de perioníqueo.
**Perioníqueo

Figura: Perioníquio: nome da região que engloba “ a unha e seu entorno”. Paroníquio é a parte de pele das laterais da unha. Eponíquio é a pele “da base da unha”, proximal à cutícula. Hiponíquio é onde temos a “junção do final da unha com a pele”.
Quando a paroníquia é considerada crônica?
De forma geral, a paroníquia é considerada crônica quando tem mais de seis semanas
Quais as causas da paroniquia crônica?
Mão frequentemente em ambiente molhado/úmido é uma das principais causas, além de contato com agentes irritantes ou alergênicos. Traumas de repetição também podem contribuir, incluindo o trauma mecânico que danifica a cutícula em salões de manicure .
A imersão frequente da mão na água, especialmente em detergentes e soluções alcalinas, é uma condição predisponente.
Quais pessoas tem mais predisposição a ter paroníquia crônica?
Esse problema é mais comum em mulheres de meia-idade, com uma proporção muito maior de mulheres em relação a homens. Mais tipicamente, afeta paciente do sexo feminino que frequentemente mergulha as mãos na água, seja devido ao seu trabalho ou tarefas domésticas.
Donas de casa, bartenders, chefs, lavadores de pratos, enfermeiros, nadadores e crianças que chupam os dedos são frequentemente afetados. Também afeta mais comumente pacientes com diabetes e psoríase.
Quais são os sintomas da paroníquia crônica?
A paroníquia crônica é caracterizada por uma área relativamente bem localizada de inflamação da pele próxima à cutícula. A pele fica avermelhada/ rosada, quente, endurecida, brilhante e tensa, estendendo-se até a cutícula. A cutícula é cronicamente retraída, a prega ungueal arredondada e separada da placa ungueal, permitindo a passagem livre de umidade e água sob o eponíquio. Eventualmente, pode haver deformidade da placa ungueal.

Figura: Paroníquia Crônica – O sinal distintivo do diagnóstico de paroníquia crônica é a presença de um eponíquio cronicamente endurecido, retraído e arredondado.
(Referência da figura: https://medicinetoday.com.au)
Como é feito o diagnóstico? Quais exames são necessários nos casos de paroníquia cronica?
O diagnóstico de paroníquea crônica é clínico. Realizado através da história do paciente e exame físico.
Costumamos realizar exames de imagem, como o Rx ou algumas vezes ressonância magnética, para avaliação de possível corpo estranho, osteomielite (infecção no osso) e diagnóstico diferencial com um tumor.
Como é o tratamento da paroníquia cronica?
O tratamento clínico inicial geralmente é conduzido pelo dermatologista e inclui antibióticos e antifúngicos orais e tópicos, além de orientações de manter a mão o mais seca possível, com exposição reduzida a ambientes úmidos e irritantes químicos.
Quando não há bom resultado com o tratamento inicial proposto, indicamos o tratamento cirúrgico.
Quando a cirurgia é necessária, o que é feito?
A técnica mais utilizada para o tratamento cirúrgico da paroníquia crônica é chamada de marsupialização. Nessa técnica, uma porção da pele e do tecido patológico é retirada e a ferida operatória é mantida aberta. A placa ungueal pode ou não ser removida a depender do caso.
É enviado material para cultura de bactérias, fungos, micobactérias e anatomo-patológico (biópsia).
*Na paroníquia crônica há muitas vezes colonização por Cândida (fungo).

Figura demonstrando a técnica da marsupialização, em que há resseção de porção de pele do eponíquio.
Neste artigo, falamos sobre a paroníquea crônica em dedos da mão, para saber sobre inflamações da unha do pé/ unha encravada – clique aqui.
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FAQ
Além das exacerbações de tempos em tempos, pode haver deformidade ungueal e aparecimento de infecções por outros agentes, como pseudomonas por exemplo (que deixa coloração esverdeada).